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domingo, 25 de fevereiro de 2018

Silêncio em duas faces


Já escrevi sobre o Silêncio e retorno sobre ele outra vez.

Vejo muitos compartilharem e mesmo falarem que o Silêncio é a melhor resposta para o mal junto ao Tempo.

Gostaria de levar esta reflexão mais a fundo porque vejo o silêncio como uma faca bem afiada de um lado e totalmente cega do outro.

Vivemos em um momento no país onde os valores estão muito alterados e onde se enaltece as formas negativas do caráter. Não dá pra enumerar todos, mas falo diversas vezes do Ego e da Vaidade exarcebados que se juntam com a Ambição desmedida.

E quando vemos situações que podem prejudicar outros que podemos alertar? Devemos ficar em Silêncio? Pra mim este tipo de silêncio soa como Conivência com o erro através da Omissão. E pode ser tão prejudicial como aquele que propaga o erro. Neste caso, "quem cala, consente"; já diz o ditado popular.

Outro dito popular diz que "em briga de marido e mulher não se mete a colher". Até onde?

E levanto outros questionamentos como o bullying, o estrupro, o assédio sexual ou moral e a falsidade ideológica. Deve-se calar?

É onde a atual legislação atrasada, para o momento em que vivemos, falha quando expressamos idéias ou quando acusamos alguém sobre falhas graves. Dá uma chateação com os processos que podem durar anos! E ainda correr o risco de perder por falhas da atual legislação! Tudo gerando muitos discursos de ódio, principalmente na internet.

A Mentira é a mãe de todas elas e pode ser a madrinha do silêncio nos caso de omissões.

Acredito na Lei do Retorno também, mas não dá pra ficar no silêncio e apenas se afastar em alguns casos esperando que este "troco" chegue no "seu tempo" como faz esta lei. Óbvio que não se deve confundir a denúncia com vingança, pois se isto acontecer não será mais uma denúncia. Ainda há aqueles que até a fazem para denegrir os que agem de forma correta e retirá-los de seu caminho por conta de sua honestidade  que atrapalha o sucesso do agressor. E ainda dirão que é você que tem inveja do sucesso do outro mesmo que, por mais claro que se possa mostrar, você não galga nenhum tipo de estrelas na sua vaidade.

Precisa-se avaliar de qual lado a sua  "faca do Silêncio", do seu silêncio, está mostrando a face.

Refletir é a solução e deve-se ter a coragem para decidir sempre, e não apenas silenciar. Este tipo de silêncio pode parecer fuga de responsabilidades! Este é o lado cego da faca.

O silêncio nos dias atuais é como ver uma boca com um zíper onde não se sabe se está abrindo ou fechando.

Pense em como podemos ajudar a melhorar este mundo do qual tanto reclamam e nada fazem para melhorar. O silêncio pode ser uma inércia muito perigosa e, ficar calado ou hibernando nele, não o fará diferente dos que erram descarada e propositalmente.

Óbvio que, silenciar-se e agir em prol das melhorias, com certeza não fará deste silêncio a conivência com os erros cometidos, pois, ainda que em silêncio, estará trabalhando em prol das melhorias.

Ser polido e diplomático tem sido muito usado pelos "lobos em pele de cordeiro". Então devemos tomar cuidado também nesta hora. Devemos usar da Prudência pra evitar este mal entendido.

Cabe mesmo refletir quando o silêncio é bom ou ruim, pois coisas ruins guardadas contribuem enormemente para a somatização e o surgimento de enfermidades, doenças psicosomáticas e tantas outras responsabilidades ou mesmo algum tipo de câncer.

Ao falar, leve estas dicas em consideração: o momento em que fala, o que fala, o tom da fala, com quem fala e como este recebe.

Então decida qual é o seu silêncio!

E fica a reflexão:

Cuidado ao usar o Silêncio como arma, pois o Alvo pode ser você.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Rumba no gelo: principal tema na Dança de casais nas Olimpíadas 2018


Quem me conhece sabe o quanto adoro a patinação artística no gelo. Existem dois tipos de competição agora: uma que conhecemos repleta de giros e saltos complicados e outra designada "dança" onde as exigências são diferentes da outra que é mais atlética e esta que tem como foco a dança mesmo. Em ambos os estilos com divisões para masculino, feminino e casal.

Como é na Coréia do Sul este ano, a maioria das exibições passa na madrugada por questão mesmo de fuso horário.

Para minha surpresa consegui ficar acordado nesta madrugada para ver a classificação para casais e qual não foi minha surpresa com o tema pré definindo: Rumba e outros ritmos latinos como a Salsa, Mambo, Bossa Nova, Chacha e até mesmo o Samba!

Os competidores necessitavam exibir uma série de movimentos pré estabelecidos e demonstrar seu potencial criativo na segunda metade da mesma exibição. Fora os caracteres técnicos, a parte artística também é avaliada inclusive na emenda dos passos pré determinados, harmonia com a música e expressividade. Ainda que não entre nas avaliações, óbvio que o figurino ajuda na composição toda.

É fato que quase todos os estilos de dança perdem em essência ali por se tratar de "dançar no gelo sobre patins" e ter que usar de estilismos por conta da forma de exibição.

Foram 24 casais de onde 20 foram selecionados para a final.

Em vários lugares do mundo é comum ver a má exploração que os diversos temas oferecem. Segundo consta, muitos passam 2 a 3 anos fazendo e pesquisando o(s) ritmo(s) que escolheu(ram) para suas exibições.

Na dança convencional não é diferente. Uma leva de artistas da dança infelizmente estuda ou  inventa para encontrar conivências em seu trabalho culturalmente errado ou distorcido. Mas não posso deixar de louvar os artistas que realmente priorizam seu trabalho com respeito as origens e a história da dança que exibe.

No caso da patinação existem os limites que o próprio estilo esportivo impõe pela sua natureza, mas foi brochante ver que quase não encontrei elementos dos estilos escolhidos e apenas um figurino teve referências nisso.

Óbvio que gostei de todo o evento, mas senti na alma a decepção daquele que vê o outro representar seu povo mesmo que estilizado; o que com certeza não teve neste evento. Notei a falta de uma boa pesquisa no que diz respeito aos estilos musicais pertencente ao meu povo e a falta de criatividade nas inúmeras formas para estilizar os figurinos. E não foi falta de tempo porque eles tem, digamos assim, até às vésperas para pesquisas. E olha que muitas equipes possuem em seu quadro até estilistas ou figurinistas!

Ainda bem que este tipo de dança (no gelo) sequer tem alguma pretensão de se dizer representante dos estilos ali apresentados.

Muita falta de estilo regado a belas performances no gelo.

Esquecendo a total falta de representatividade nos estilos musicais (mesmo estilizados) gostei do evento.

Confesso que não tinha visto esse estilo antes por só dar atenção ao outro que é mais olímpico e atlético que é o que mais gosto mesmo.

Adoro mesmo a patinação artística no gelo, mas a olímpica!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Invenções, intervenções, fusões ou confusões no Flamenco

Em artigos passados falei de como provavelmente nasceu o Flamenco, de como tem atravessado o tempo e de como uma série de eventos vem intercedendo principalmente na dança por ser literalmente a mais exposta.
Manuela Vargas

É inegável que todas trouxeram contribuições e que ajudaram na sobrevivência e na atualização desta arte.

Mais uma vez fica no ar a pergunta: qual o limite destas interferências?

Se levarmos em conta que esta arte é extremamente passional, basta vermos o quanto esta essência se apresenta, no caso, na dança que é a forma mais exposta. Gosto de ver a dança como a materialização da voz e da música.

Desde seu auge o Flamenco parece se dividir em dois segmentos onde o mais visível é o comercial, ou seja, feito de acordo com o que o público gosta de ver e que literalmente alimenta egos artísticos. Não cabe aqui citar nomes, mas apenas eu levo em consideração que esta arte tem sido uma forma de gritar aos quatros cantos aquilo que a vida faz nas emoções e muito raramente a forma comercial parece se importar com isso. Mas também não discuto se esta forma é ou não ou se foi uma forma de sobreviver desta arte.

Então penso que se o apresentado cai dentro deste pensamento não importará se a forma apresentada é antiga ou moderna, com técnicas apuradissimas ou mesmo mais simples porque as emoções ali expressas se apresentarão sim.

Os códigos mudaram para melhor, tornaram-se melhor decodificados e mais concisos, mais claros e limpos.

Inmaculada Ortega

Então sinto o mesmo quando vejo Manuela Vargas bailando uma soleá como sinto vendo Inma Ortega e o mesmo se procede com tantos artistas do passado e do presente.

Épocas distintas, linguagens diferentes para expressar o mesmo palo. Então para quem pensa como eu não é difícil ver aonde se estabelece o limite.

Dispenso qualquer comentário sobre os artistas que enganam fazer flamenco. Todos os segmentos da arte tem aqueles que sequer se menciona existir...

Mas também não se deve ignorar os que abriram as portas para o que vemos hoje.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Falando o que penso



Houve época em que eu não tinha limites para falar tudo o que penso. Bastava me darem uma deixa e eu literalmente falava. Principalmente quando era provocado porque nunca tolerei mentiras. Até hoje não a tolero mas não hajo como antigamente.

O tempo ensina para quem quer aprender e ensina a filtrar o que se vai dizer. Aprendi a falar quando solicitado. E antes pergunto sempre "quer mesmo ouvir o que penso, tem certeza?"

Existem outras medidas que são a entonação da voz, o olhar nos olhos e piora quando se escreve por conta das emoções limitadas pela nossa gramática.

Na escrita muda-se uma vírgula e pode mudar tudo. Na fala, além das medidas acima deve-se levar em conta as mesmas medidas do ouvinte. Talvez essa seja a mais difícil de perceber.

Quando supostamente existe um voto de confiança e respeito o que se tem a dizer pode ser na íntegra. O resultado será mostrado de acordo com as referências acima. Não dá pra descartar o lado reflexivo ou impulsivo do ouvinte. 

Em caso de aprendizagem ele vai parar para pensar no que disse por um tempo e depois tomar as decisões que podem ou não serem consoantes àquilo que recebeu de informação.

Em caso de buscas para alentar seus erros e agir impulsivamente, tudo o que disse servirá como verdadeiro revés a você mesmo.

Qualquer pessoa pode ter muitos conhecimentos e pode passá-los para quem lhe convier. Mas nem sempre saberá se valeu a pena, pois sempre tem o lobo em pele de cordeiro.

Algumas opções restam...
Nunca falar...
Falar pela metade...
Falar tudo...
Ou a pior e a que não pratico... mentir.

E aí fica sempre a colheita da escolha e tantos ditos populares que são reais.

"Nem tudo deve ser dito a todos e nem todos devem saber de tudo."

"Recado mediado é como telegrama intermediado."

"Quem fala dos outros pra ti também fala de ti para os outros".

E a melhor pra mim...
"Temos dois olhos, dois ouvidos e uma boca para vermos mais, escutar mais e falar menos."

Enfim, pesos e medidas onde a balança usada nunca é a mesma. Sempre paga-se um preço, bom ou ruim, por aquilo que se fala.

E fica a lição do post abaixo quando, por alguma razão, se resolve falar literalmente o que pensa, mesmo que seja uma verdade para ajudar e possa machucar um pouco...


E é quando vc sabe verdadeiramente com quem falou e o que entendeu.

Paga-se o preço.

Tudo o que disse acima serve para justificar meu afastamento. Respeito as diferentes opiniões. Apenas não consigo tolerar quando um erro ao qual já aprendi se prevalece porque me fica a nítida sensação de conivência.

Sempre estive aberto a correções mas raros foram os que se dispuseram a isso.

Uma amiga disse que sempre nos libertamos quando conseguimos a sabedoria, mas que isso também poderia trazer o isolamento.

Enfim...

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Profissionais da Mentira


Em vários artigos que aqui escrevi deixei críticas e alertas sobre o que ocorre no segmento do ensino da dança. Mas desta vez optei por abordar algo mais específico: os profissionais de mentira que possuem DRT e até outros documentos estrangeiros e atuam no mercado de dança.

É fato de que em todo estilo de dança lidamos com exímios bailarinos e dançarinos os quais nos envolve e seduz com sua arte. O problema está na conscientização de quem aprende dança de que este não é o único referencial para correr atrás desta gente e com eles fazer aulas. Isso não quer dizer que muitos destes excepcionais artistas não sejam ótimos professores.

Existe uma grande parcela de ditos "professores" de dança que são uma verdadeira máquina de caçar dinheiro para sustentar seu vício na egolatria. Não discutirei mais que estes dois atributos, o do ego e o da vaidade, que são natos nos artistas. O profissional que quer almejar algo como títulos aparentemente nobres ou mesmo ser reconhecido como o "maior e melhor" do mercado pode passar por cima de muita gente inocente que não enxerga isso sendo usada como catapulta para este topo simplesmente para alimentar a egolatria. De fato e infelizmente, o mercado conta com a popularidade para dar credibilidade ao artista e este acaba sendo um dos referenciais de "profissional reconhecido". Será?

Estes profissionais se aproveitam das mais diversas opções de brechas e caprichos do mundo para se catapultar ao topo. Infelizmente não para louvar a arte, mas alimentar seu ego. A arte é seu instrumento.

Quando aceitei ser professor de dança, também aceitei ser eternamente aprendiz e aluno daquilo que ensino, aceitei a receber críticas mais profundas, questionamentos sobre meu conhecimento e avaliação do erros a serem consertados e, acima de tudo, ser honesto com os aprendizes. Um personagem de um programa de humor da tv aberta fecha sua participação no programa com "se sei digo que sei, se não sei digo que não sei". Pura honestidade. O profissional da mentira nunca terá isso: honestidade.

Os profissionais da mentira são extremamente criativos. Usam deste dom para inventarem suas fontes ou encontrarem as que convém para afirmarem seus erros e até criam novos temas dentro de seu estilo categoricamente afirmando para os outros profissionais honestos de que realmente não tem nenhum domínio daquilo que professa... a não ser a própria mentira. A coleção de certificados de workshops nunca transformará nenhum deles em "apto a" ensinar aquilo que cursou. Certificados e diplomas de pessoas sem reconhecimento do setor e de gente desacreditada pelos idôneos  semelhantes também não compõe a credibilidade de seu profissionalismo.

Estes profissionais normalmente são revestidos de plásticas roupas visualmente bonitas e muitas vezes dentro do perfil. Falamos de dança, movimento casado com música, técnicas apuradas e aperfeiçoadas, consciência e respeito daquilo que executa e não de "modelos" da dança.


Isso fica mais fácil reconhecer nas danças sem escola acadêmica embora nelas também se encontre picaretas de mesmo nível e teor.

Cabe ao contratante se interessar não somente naquele currículo apresentado e as viagens do mundo que fez, mas se dispor o mínimo possível em averiguar suas fontes profissionais e se estas fontes são idôneas. Senão o próprio contratante afirmará que tem o mesmo nível e caráter daquilo que contrata.

É uma luta constante em prol dos verdadeiros artistas da dança que dedicam horas e muito dinheiro em estudos contínuos e o mais regulares possíveis no intuito da consciência, do respeito e do prazer em ser honesto e prosperar a arte de forma salutar.

Nestas horas se coloca em cheque a idoneidade também dos diversos órgãos que deveriam defender a categoria. Não pelo seu tempo de existência e sua função, mas na competência real daquele que aceita e lhe confere o título a esta gente perpetuando a qualidade duvidosa dos profissionais e obviamente daquilo que ensina.

Os profissionais da mentira se valem do mínimo possível para apenas alimentar sua egolatria típica de artistas totalmente desequilibrados moralmente em que, além deste alimento ególatra, destroem a cultura da dança que professam. Piora quando gente de renome os apoiam...

O hábito faz o monge.