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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O comodismo do Erro

O quanto vale o sacrifício para se ter dinheiro?
Qual a medida?
Vale enganar a si mesmo?
Vale enganar os outros?
Fazer vista grossa sobre os erros que se comete e ninguém vê, vale?
Vale tudo isso para quem usa e abusa da ignorância alheia, o que não é meu caso.

E pergunto sobre aqueles encontros profissionais onde se falava de honestidade, transparência e mediações... batalhar pela classe e etc.
Cadê? Nunca aconteceram...



Não tem jeito. Nos últimos anos não importa mais a qualidade que se tem em seu trabalho.
Importa o quanto se aparece na mídia, fotos com muita produção e efeitos, o quanto consegue ser plástico naquilo que professa e quantos cursos e viagens fez com os estrangeiros ou mesmo o quanto vende estes mesmos cursos. Sem contar o quanto é capaz de trazer gente pra manter seu negócio... a qualquer preço! E ressalto que poucos usam deste caminho para melhorar o seu e o trabalho de seus aprendizes.

Piora quando não se faz nenhum destes e ainda conseguem, artisticamente falando, enganar seus clientes como se fossem especializados naquilo que ralei pra ser: qualificado profissionalmente.
Mal conseguem ensinar o que sabem e ainda inventam algo distante deste conhecimento para burlar o ensino e inventar novo rumo que, quase sempre, cai mistificada em suas religiões autodidatas ou em "coisas" que nada se relacionam com a arte que ensina. Não nego a criatividade, mas e a base?

Nem sempre faço os cursos que aparecem, mas não vi diferença alguma em quem não sai deles; a não ser a continuação do que uma amiga bailarina clássica disse quando viu dois shows aparentemente diferentes... o elenco e as roupas. Raros os que realmente se lapidam..

"Ricardo, este povo não está fazendo o mesmo show que o outro grupo? O que há de diferente? Por quê então não se uniram pra fazer o mesmo show? Eles não coreografam! Só usam a coreografia dos outros sem mencionar! Isso é uma fraude artística!" Cabe aqui a consciência de quem pratica isso.

Isso me fez pensar no meu próprio trabalho. Eu crio, coreografo e penso no que faço. Poucos são os que fazem isso. Mas reitero novamemte que isso nunca me colocou em algum patamar que não fosse o do artista que cria suas obras... sem "copiografias" como disse esta amiga bailarina clássica. E sim, quando as uso, tem sua devida menção, pois a obra não é minha! Respeito aquilo que não é criação minha.

Como autônomo sempre estou em busca de algum espaço, alguma academia ou escola de dança que trabalhe com estes atributos: honestidade e transparência. E que também queira que cresçamos juntos, pois os dois lados ganham. Óbvio!!!

O ditado de que "a corda arrebenta sempre do lado mais fraco" se repete constantemente... e eu ainda acredito que existe algum local onde a direção pensa nisso... cumplicidade!

Será que cometerei de novo este mesmo erro? Aprendi a lição? Será que estou sempre errado? Acredito que esta última pergunta tenho certeza que não, pois sempre vesti a camisa dos locais que trabalhei.

Estou em alguns lugares aqui na capital, mas não tenho vontade de tentar outros novos haja vista que todos parecem fruto da mesma árvore e do mesmo galho. O galho do "meu pirão primeiro" pois se o seu não me agrega como eu quero, não me interessa nem do seu jeito.

Egoísmos...

Pra não dizer que nunca fui dono de algum espaço, já fui sócio de um desde a fundação e não deu certo minha participação durante os cinco anos que ali fiquei. Se consegui agregar 10% neste período foi muito! Ainda mais porque nunca tive o apoio dos outros sócios enquanto eu dividia até dívidas que muitas vezes só sabia da existência quando tínhamos as reuniões. Resolvi sair, pois sociedade pra mim é uma via de mão dupla como no casamento.

"Devemos fazer assim porque teremos dinheiro..., só trabalho deste modo..., agora que não deu certo, seu jeito não me interessa..." e tantas outras expressões similares para dizer que não se interessam em arriscar tanto quanto eu arrisquei: confiar no outro.

Portas nunca são fechadas no comércio e às vezes me lembro do quanto se esforçaram alguns amigos para se manterem e, por não aguentarem a pressão insana do governo e a necessidade de fazerem falcatruas pelo simples fato de se manterem no mercado, muitos desistiram e deram outros rumos a sua vida deixando a arte do flamenco de lado.

Imaginar que eu larguei várias outras fontes em prol da arte... Naquela época meu sonho era ter uma escola e passar a todos o que eu aprendi de verdade.
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Pena que meus amigos não viram que não é o Flamenco o errado, mas aqueles que fazem o comércio dele que faz a diferença.



Nem comento a tamanha evolução que teve esta arte e o tamanho do preço que tem pago por conta disso.

Desabafo aqui, no meu blog, porque em midia social isso serviria pra que muitos se afastassem de mim... aquele que tem a língua de fogo.

E eu digo que não é uma lingua de fogo, mas alguém que não se deixa levar pela mentira, falcatrua, ganância exarcebada, egolatria e vaidades ao extremo.

Só quero mesmo encontrar algumas pessoas que pensem e trabalhem como eu e no mesmo caminho... mas não medirei nenhum esforço pra mudar a minha estrada se necessário for.

Desde que eu possa continuar sendo honesto, transparente e verdadeiro.

Não quero errar para me manter no mercado!


E todo fim de ano mudo a meta para o ano seguinte...
E a partir de 2017 vai mudar mesmo!