Powered By Blogger

segunda-feira, 30 de junho de 2014

As páginas da Vida nunca voltam....um Livro sem fim.

Vendo a entrevista da modelo transex Carol Marra no programa da Marília Gabriela intitulado "De frente com Gabi" fiquei impressionado com a luta de um humano em busca de seu ser. Em todos os aspéctos encontrei uma pessoa com uma alma que brilha e não ofusca, que luta e não entrega a batalha. 

Esta entrevista com a modelo me despertou não a curiosidade ou sequer algum tipo de apoio a classes minoritárias, oprimidas e motivos de tanta discriminação e preconceito, mas sim o fato da busca interna de si mesmo. Literalmente quando Narciso encontra-se com Medusa, ou seja seu eu-interior se depara com sua realidade, seu verdadeiro reflexo.... a  sua alma.

A busca mais eterna de um ser é saber sua verdadeira missão neste lugar chamado Terra. Esta é uma filosofia que se enquadra também nos mistérios da vida e de muitos credos que tentam justificar os estados anteriores e posteriores de um processo natural chamado "morte". Tema maravilhoso para uma outra matéria quando a inspiração vier.

Quando se busca seu interior, se busca o encontro consigo mesmo, seu verdadeiro "eu", seu verdadeiro "ser" e de como sua presença física é importante para si mesmo e como isso interfere nas relações existentes aos seu redor.

A Mitologia de várias culturas tenta justificar esses questionamentos e nenhuma melhor do que a Grega para falar destas origens. Esta relação de encontro se faz presente em duas histórias que nunca se cruzaram nos mitos, mas que se cruzam no estudo da psiquê: Medusa e Narciso.

Todos os aspéctos negativos se sobressaem nos mitos de uma forma a horripilar as mais perversas fronteiras da balança, do equilíbrio, do caráter individual dentro de um coletivo e dentro de si.

Medusa traz em si a repressão pela inferioridade e a revolta maléfica desta repressão.... quase uma libertação pelo perverso reflexo de si mesmo.


Narciso traz em si a exaltação pela superioridade e a superlatividade de sua beleza física, o que não (co)responde a seu interior em busca de um equilíbrio.



A autenticidade de um caráter se faz com a transparência de seu ser. Acredito que a revelação e a aceitação de si mesmo traz à tona uma particularidade como um átomo em sua função no universo. Ao me reconhecer em meus reflexos, em minhas atitudes e em minha matéria física, encontro aquilo que tanto buscava: Narciso e Medusa em mim mesmo.


Os aspéctos negativos e/ou positivos só devem ser avaliados por mim mesmo e em mim encontrar as reais necessidades de polimento, como os "Irmãos Carvão e Diamante" que escrevi em 18 de fevereiro de 2013.(http://flamencoymoda.blogspot.com.br/2013/02/irmaos-carvao-e-diamante.html).

O difícil é lidar com as transformações e os polimentos pessoais diante do tempo físico e do convívio com os outros, pois precisa-se ter firmeza em seus objetivos e raízes em suas convicções para não se deixar levar e ser manipulado pelos interesses dos outros que podem ser conseguidos através da sua integridade moral desconstruída, ou seja, o outro se constrói e acredita subir em virtude de alguma fraqueza sua descoberta. Isto é perverso pra mim, pois nunca subi em minha vida em detrimento de outros... Nem direta ou sequer indiretamente.

Entra sempre em julgamento interior os conceitos de Moral, de Equilíbrio e de Transparência. Como lidar com isso num mundo cheio de níveis diferentes destes mesmos atributos?

É onde redescubro que as páginas da vida nunca voltam. O Tempo é igual sempre para todos, nunca retorna como as páginas escritas com tinta permanente. Não se apaga as páginas ruins, mas se reescreve de forma a encontrar, de uma maneira equilibrada, Narciso e Medusa no mesmo Tempo e Espaço criando uma realidade pessoal renovada com as experiências do passado.

Muita Filosofia....
Narciso e Medusa... em seus aspéctos positivos, são como "as páginas da vida", onde cada ser existente escreve seu Livro e deixa na biblioteca do Universo.

Livro sem fim que cada um escreve em sua alma em busca do fim que parece inexistente...

Cada um escreve seu Livro então.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Moda, Figurino, Dança.... Quando uma roupa desconstrói quem a usa em cena!

É muito estranho observar como a Moda entra na Dança; no caso em questão falo do Flamenco. Ter uma linha de produtos na pronta entrega é ótimo assim como poder construir e personalizar a roupa de acordo com gostos pessoais e biótipo.



Esta é uma matéria que deixarei as IMAGENS nas mentes de cada um para que desenvolvam seu próprio espírito crítico.

Surge a dúvida então de alguns clientes: "Amei aquela roupa! Fico bem nela?"
Pergunta feita a alguém que critica positiva ou negativamente a fim de instruir e esclarecer a cliente sua real condição na roupa escolhida.

É importante saber reconhecer seu tipo físico e saber o quanto se gosta dele para aceitar as imposições da Moda ou estamparia encontradas no mercado. Muita das vezes será impossível ficar bem com algumas roupas por conta do tipo físico que se tem... e isso fica evidente com a modelagem, a estamparia e as cores usadas.

Desenvolver este espírito de autocrítica é importante para saber escolher as roupas que irá usar em cena. Estas roupas podem ficar lindas num manequim, numa modelo esguia e que podem alterar completamente seu tipo em cena por conta das próprias condições físicas (proporção de estatura e peso e como se dá esta distribuição) e a iluminação e cenário (quando existe um).



A composição de um Figurino não está somente ligada ao gosto pessoal pela moda ou por uma grife ou estilo do momento, mas seria ideal que a composição fizesse parte de um conjunto e que possa se realçar quando figurino se torna solo, único em quem o usa.

O Flamenco é uma arte que possibilita todas as formas, composições e definições cênicas porque independe do tipo físico. Isso quando se refere aos biótipos para esta arte. Mas o que se esquece e se vê muito por aí é uma exaltação da vaidade alimentando o ego (que é até muito bom pra estima) e uma falta de bom senso pessoal mesmo.... A roupa da Moda pode "desconstruir" a imagem que você planejou assim como um figurinista pode fazer o mesmo se ele não souber lhe orientar quanto a criação ou melhora de sua ideia.

O Figurinista é o Arquiteto da roupa. Ele recebe a ideia da roupa, a qualifica e sugere melhoras sem alterar a ideia principal quando esta está de acordo com o cliente. Mas é um dever de um profissional ORIENTAR quando a mesma não favorece o cliente em nada daquilo que o próprio quer fazer.



Então sugiro uma autoreflexão se seu biótipo não é igual ou próximo das manequins e modelos. Pergunte e peça fotos de pessoas similares ao seu biótipo usando aquele modelo que você escolheu e veja se é aquilo que pretende mostrar.

Muitos são delicados e educados ao elogiar sua roupa por gostar de você, mas raríssimo serão aqueles que lhe dirão a verdadeira impressão causada com uma escolha feita por conta da Moda e da sua vaidade.



Então fica em jogo SINCERIDADE x DELICADEZA associada ao "politicamente correto". Sendo que é totalmente possível que ambas estejam juntas! Esta é uma posição que te seleciona naturalmente do meio visado exatamente por ser autêntico. E onde sua autoestima pode ser abalada caso não a conheça de verdade ou elevada por saber lidar com ela.

E cairei novamente nas qualificações do ramo da Moda e da Costura. Figurinista, Estilista, Modista, Modelador, Costureira são algumas das variantes deste ramo e que possuem pesos e conhecimentos diferentes e são complementares entre si, mas que podem estar reunidas na mesma pessoa.

Sugiro que leiam algumas postagens mais antigas falando sobre este assunto:

MODA FLAMENCA

TRADIÇÃO E MODERNIDADE NO FLAMENCO

QUANDO O FIGURINO ANTIGO AINDA VALE HOJE

COMO ESCOLHER MINHA BATA-DE-COLA

Este é mais reflexivo e fala sobre a autoestima: ESPELHO, OLHOS, ALMA....MEDUSA

Espero com isso despertar o interesse dos clientes em ROUPA PARA DANÇA, de uma forma geral, para estes detalhes tão importantes e que passam desapercebidos diante de nossos olhos. 

Meu trabalho não consiste apenas em "desenhar, cortar e montar um figurino", mas também de orientar.... e nem sempre a orientação estará ligada ao fato de que eu contenha os outros conhecimentos, pois também dou CONSULTORIA para figurinos teatrais.